Na casa da minha vó tinha uma goiabeira,
Nela subíamos quando pequenos.
Quando tinha marimbondo, saia correndo.
e quando era picado, corria chorando.
Meu irmão mais velho subia mais alto
Dizia que não tem nada demais, é só subir.
E eu ficava lá em baixo, na primeira forquilha, com medo.
Ele ainda sobe mais alto, e ainda me mostra como subir.
Meu irmão mais novo ficava lá embaixo
e eu aproveitava, o azucrinava, e fugia pra mesma forquilha.
As vezes, pendurávamos uma rede lá,
um montava na rede e o outro balançava ou sacudia com toda a força.
até um dos três cair e se machucar... mas sarava logo
e voltávamos para a rede e seu balanço.
Os dias eram mais calmos, as paisagens, hoje enevoadas
não sei se pela vaga lembrança em torno da nostalgia
ou se pela fumaça dos carros...
E então derrubamos a goiabeira,
Eu e o mais novo.
E abelhas se alimentavam da seiva escorrendo do caule partido.
Hoje eu sinto as dores das machadadas que eu mesmo dei
naquele ritual de passagem em que me coloquei sobre a goiabeira.
quanta besteira...
Hoje eu sinto as dores das machadadas que eu mesmo dei ...
Um comentário:
Alguns rituais de passagens passam sem perceber... outros, como machadadas, deixam dores e marcas por onde passaram...
ora se e machado, ora se e lenha....
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