sexta-feira, 30 de novembro de 2007

De repente

De repente a gente se vê de cabeça pra baixo, não sabendo onde mais procurar aquele tacho de pé no chão que nos fazia andar direito e esquerdo, de passo em passo. Sem pensar muito. Somente a passar, e deixar pro passado aquelas marcas dos passos dados.

De repente noto que um sorriso me chama mais atenção do que os outros, e que mesmo tendo um aviso escrito "mantenha distância", faço e desfaço pra não perder nenhum pedaço, tentando criar um espaço pra que nesses olhos e lábios me veja expresso em função y=x²...

De repente as costas passam a ser mais curtas do que aparentavam, e aquela cruz que carregamos de costa à costa, mar a dentro e a fora, teria sido melhor utilizada como âncora...

De repente noto que é melhor deixar fluir, e desamarrar alguns nós. Assim, sobra ela pra ela, e eu pra mim mesmo.

De repente,de ruim passa pra bom, e de bom pra ruim, e é assim... Pra sempre, desde o começo até o fim...

De repente, pontos formam linhas, linhas formam, desenhos... Desenhos formam símbolos... Símbolos letras... E letras, palavras, frases e contos... E nesse, do ponto em que vejo, digo que contos de fadas só existem pra elas... Mas cada um conta seu conto, colocando, tirando, e mudando ponto... Pode ser ponto de exclamação, respiração, interrogação, de vista, de fuga, ou simplesmente uma pessoa vista bem de longe... e como os pontos deixam de ser pontos em contos quando estão perto demais....

De repente, alguns devaneios se fazem e desfazem depois da margem do caderno, e lá, restam somente algumas palavras de apenas mais um garoto que pensou em fazer a diferença e viu que a folha de papel era pequena demais...

4 comentários:

Daniel disse...

De repente passei aqui pra deixar um comentário....
De um repente eu busco a rima, mas sou um pobre de um otário...hehehe
(procurei uma palavra melhor, mas não achei)
e ai cara, como está?
tanquilo?
continue devaneando ai, que eu vou junto...heheh
abraço cara...

dicionarista-embaçado disse...

Arrume um caderno maior. Ou escreva na parede...

Li disse...

Hum... Às vezes todas as coisas me parecem pequenas demais... Mas isso é só minha visão pessimista das coisas rsrsrs Adorei seu texto!!! Sempre evoluindo...

Beijos.

junior disse...

Estica essa perna. De ponta cabeça é só por o pé no chão. O seu chão.

Acho que fez (não) sentido.